Observador dos temas atuais, ele toca nas nossas feridas sociais: a exclusão, a intolerância, a corrupção, a degradação dos valores

Há pouco mais de um ano, Francisco tornou-se papa. Sua eleição trouxe ventos de renovação para os católicos que nutrem especial esperança no carismático líder da igreja. Em Belo Horizonte, comemoramos em março 10 anos do arcebispado de dom Walmor Oliveira de Azevedo. Esse período representou o fortalecimento da Igreja na nossa região metropolitana e o privilégio da convivência com um homem de firme devoção nos ensinamentos de Cristo, incansável operário da peregrinação, notável orador e visionário da construção permanente do catolicismo.

Nosso arcebispo nasceu em Cocos, interior baiano, em 1954. Em 1970 mudou-se para Minas, iniciando seus estudos no seminário Santo Antônio, em Juiz de Fora. Dedicou-se com afinco aos estudos, graduando-se em filosofia e teologia, e, na Itália, complementou sua formação acadêmica com mestrado em ciências bíblicas e doutorado em teologia. Mais tarde tornou-se reitor do seminário onde foi estudante.

Ordenado sacerdote, em 1977 foi designado para a Arquidiocese de Juiz de Fora, onde ficou até 1988, ocasião em que retornou a sua terra natal como bispo auxiliar de Salvador. Em 26 de março de 2004, volta a sua terra adotiva como arcebispo metropolitano de BH, nomeado pelo papa João Paulo II.

Escolheu um lema do livro do profeta Isaías para sua vida episcopal: “Enviou-me para curar os corações feridos”. Nada mais atual. Nós temos uma chaga em nosso coração causada pela crise moral que se alastrou na sociedade contemporânea.

Nas pregações de suas inesquecíveis homilias ou nos tocantes artigos semanais no Estado de Minas, temos ensinamentos e sólidos testemunhos de fé cristã e valores humanísticos e espirituais. Temos um norte para traçarmos nossa conduta e trilharmos o caminho do bem.

Ele sempre demonstra atenção com o papel da Igreja no anúncio do evangelho. Na busca do equilíbrio humanitário demonstra sua crença na “vida plena do homem, fazendo do outro destinatário de um amor comprometido”.

Dom Walmor é um observador atento dos temas atuais e sempre toca nas nossas feridas sociais: a exclusão social, a intolerância, a corrupção, a degradação dos valores etc. E tem sintonia com nossas agendas incompletas de país: segurança pública, educação, trabalho, saúde, moradia e política de qualidade.

Lembra sempre do motor central para as transformações que a sociedade precisa, a família. “O núcleo familiar será sempre o ponto de partida e fonte perene de referência, escola vivencial para aprendizagem do amor e da fidelidade a Deus e ao outro.”

Sua luta para a construção da catedral Cristo Rei demonstra sua preocupação com o fortalecimento da igreja e sua abrangência em todas as comunidades de nossa região metropolitana.

Tenho particular apreço pelo carinho que o arcebispo concede ao meu pai. Nossa oração sincera e gratidão à Bahia por esse cidadão depositário de nossos melhores valores de mineiridade. Parabéns, dom Walmor, por esses 10 anos de fé, luta, coragem, exemplos e preciosos ensinamentos. Que Deus lhe conceda saúde e vida longa para pregar sua inspiradora palavra.

Rodrigo de Castro
Deputado Federal (PSDB/ Minas Gerais)