Em audiência pública para tratar do tema, deputado garante que Comissão de Minas e Energia vai aprimorar relação com os governos executivos na questão ambiental

O deputado federal Rodrigo de Castro presidiu na manhã desta quarta-feira (13/05) audiência pública na Comissão de Minas e Energia, na Câmara dos Deputados, que avaliou as dificuldades dos órgãos ambientais na emissão de licenças e seus impactos nos empreendimentos do setor elétrico e mineral do país. O parlamentar avaliou que a reunião foi muito importante porque foram debatidos os problemas, mas também soluções para a demora nas concessões das licenças.

“É preciso propor soluções para a remoção desses entraves no curto e médio prazos. A partir do que foi dito aqui, a Comissão de Minas e Energia, juntamente com a Comissão de Meio Ambiente, poderá trabalhar para votar normas importantes e, mais do que isso, melhorar o diálogo com os governos executivos”, destacou.

Rodrigo de Castro, presidente da Comissão de Minas e Energia, explicou que propôs a audiência pública porque a demora nas licenças ambientais tem representado enorme prejuízo para o Brasil.
“Os entraves para a obtenção de licenciamento ambiental significam dúvidas e temores nos recursos financeiros disponíveis para investimentos do setor privado, notadamente nos setores mineral e elétrico, que trazem consideráveis impactos ao meio ambiente, mas ao mesmo tempo são alavancadores de desenvolvimento, geração de empregos e tributos”, definiu.

Entre os principais entraves citados na audiência para maior agilidade na concessão de licenças ambientais estão a necessidade de fortalecimento das estruturas estaduais, melhor definição sobre quais tipos de empreendimentos podem ser classificados como de alto impacto ambiental e ainda maior rigidez na questão dos prazos.

O diretor de Assuntos Ambientais do Instituto Brasileiro de Mineração, Ricardo Mancim, destacou que o minério brasileiro tem perdido espaço no mercado mundial em função da demora nos licenciamentos ambientais para a exploração de novas minas. Ele acredita que é essencial simplificar o processo, com um volume menor de relatórios e documentos. Segundo Mancim, o custo do licenciamento ambiental chega a 20% do custo total dos empreendimentos de mineração.

O presidente do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Ceivap), Danilo Vieira Júnior, levantou ainda outra questão relevante nos processos de licenciamento ambiental no Brasil.

O nosso modelo acaba levando à solução de todos os problemas do empreendimento no licenciamento, com a discussão de temas como questões sociais, culturais e outras que não deveriam ser tratadas como ambientais. Além disso, as análises do processo de licenciamento são segmentadas. Precisamos, com urgência, estabelecer o que é competência das prefeituras, dos estados e da União”, afirmou.

Para o ex-ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, o Brasil tem uma boa legislação ambiental. “Mas o licenciamento é ainda o único instrumento utilizado, quando já temos previsto em lei outros instrumentos importantes”, destacou.

Ele ressaltou ainda que é inacreditável que o Brasil não tenha seu território mapeado, em termos geológicos e hídricos, o que facilitaria em muito as concessões das licenças ambientais.
Também participaram da audiência pública o deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP) e representantes do Fórum de Meio Ambiente do Setor Elétrico (FMASE) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).