Audiência Pública na CME debateu as vantagens da energia vinda dos ventos e como o Brasil pode aumentar a utilização dessa fonte energética

O deputado federal Rodrigo de Castro presidiu, nesta quarta-feira (19/08), audiência pública da Comissão de Minas e Energia que debateu o uso da energia eólica no Brasil. Os dados apresentados indicam que a participação da energia vinda dos ventos na matriz energética brasileira tem aumentado, mas que ainda há um grande potencial a ser explorado.

O Brasil é privilegiado por ter bons ventos em diversas regiões, especialmente no Nordeste, e não pode perder a oportunidade de estimular as pesquisas e os investimentos no setor. A energia eólica tem um custo mais baixo que as termelétricas e é bem menos agressiva ao meio ambiente. Só há vantagens na sua utilização”, destacou o deputado.

O coordenador-geral de Fontes Alternativas da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Lívio Teixeira de Andrade Filho, explicou que a capacidade instalada para a geração de energia eólica no Brasil já é suficiente para atender 10,8 milhões de residências.

A nossa previsão é que, até 2023, a energia eólica tenha uma participação de 11,5% na matriz brasileira, o que será suficiente para abastecer entre 10 e 20 milhões de residências. Temos visto uma evolução clara no setor”, afirmou.

O diretor da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Sandro Yamamoto, também apresentou números otimistas. Em 2014, o Brasil foi o quarto país com maiores investimentos em capacidade instalada e em 2015 também deve ficar entre os países que mais investiram.

A energia eólica utiliza uma fonte limpa e tem preços muito competitivos. No caso do Brasil, especificamente, essa matriz é relevante porque atua como complementar às hidrelétricas. Temos ventos mais fortes no segundo semestre, exatamente no período de seca, quando os reservatórios estão mais baixos, ou seja, os ventos são perfeitamente complementares às chuvas”, destacou.

Segundo Sandro Yamamoto, no ano passado, o uso de energia eólica gerou uma economia de R$ 5 bilhões aos brasileiros. “Por termos parques eólicos, algumas termelétricas não precisaram ser acionadas durante o período de seca e foi possível produzir energia mais barata”.

Desafios
Para o uso da energia eólica continuar crescendo no Brasil, alguns desafios, no entanto, precisam ser vencidos. Entre os principais problemas, estão os financiamentos, a qualidade das rodovias por onde são transportados os equipamentos, a tributação e os investimentos em linhas de transmissão.

O presidente do Conselho de Energia da Associação Comercial de Minas Gerais, Ailton Ricaldoni Lobo, ressaltou que é importante que os financiamentos para o setor sejam mantidos e que sejam mais baratos.

Já o diretor-executivo da empresa Casa dos Ventos, Clécio Eloy, falou sobre o aspecto social dos investimentos em energia eólica, já que a maior parte dos empreendimentos estão nos estados do Nordeste.

Termelétricas
Nesta quinta-feira (20/08), a Comissão de Minas e Energia realiza nova audiência pública, às 10 horas, para debater o desligamento de 21 usinas termelétricas e os efeitos dessa medida sobre os custos da energia elétrica no Brasil e a compensação aos estados pela redução na arrecadação do ICMS em função do desligamento.

Crédito: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados