O deputado Rodrigo de Castro cobrou, nesta quinta-feira (05/03), em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, responsabilidade e seriedade do governo da presidente Dilma Rousseff com os gastos públicos, como a única forma do Brasil recuperar sua credibilidade diante dos investidores e dos consumidores. O deputado fez uma análise da séria crise que vive o país, nos aspectos econômicos e sociais e nos serviços prestados à população.
“Para reverter esse quadro, do ponto de vista econômico, é preciso que o governo petista comece a tratar com muita responsabilidade os gastos públicos e consiga resgatar a credibilidade para que o país volte a receber investimentos, ponto fundamental para a nossa retomada de crescimento e geração de emprego. Com esse governo medíocre, a tarefa de reconquista da credibilidade é monumental. A imagem do Brasil está amplamente arranhada, no exterior e aqui entre nós”, avaliou.
Rodrigo de Castro lembrou que o Brasil obteve importantes avanços nos governos Itamar Franco (1992/1995) e Fernando Henrique (1995/2003), com a conquista da estabilidade econômica, e que o PT não soube aproveitar o quadro favorável para implantar as reformas e garantir investimentos em infraestrutura. E o partido errou ainda mais ao escolher Dilma Rousseff para a sucessão do presidente Lula.
“Desde o seu primeiro mandato, ela tem se mostrado abaixo daquilo que o país espera dela, abaixo das grandes responsabilidades que tem como mandatária do nosso país. E os primeiros atos desse segundo mandato só comprovam as nossas críticas: está clara a sua incompetência para a administração pública, a falta de planejamento, e a absoluta falta de traquejo político”, destacou.
O deputado lembrou que, em pouco mais de dois meses deste segundo mandato, a presidente já adotou medidas cruéis que sobrecarregaram ainda as famílias brasileiras, como o aumento de juros e impostos, reajuste abusivo dos preços dos combustíveis e da energia, ameaça de corte de direitos trabalhistas e sociais, tudo isso aliado à alta inflação, que desde o ano passado corrói o salário dos brasileiros.
“Essas ações governamentais vieram de maneira errada e no tempo errado. Fazendo uma analogia com a medicina podemos dizer que a presidente foi uma médica negligente e temerária que deixou que o quadro de saúde do paciente se deteriorasse a tal ponto que agora até o tratamento chega a ser questionado”, pontuou Rodrigo de Castro.
O deputado ressaltou ainda que essas medidas têm um aspecto muito grave e penoso para a economia brasileira, que já está à beira de uma recessão, com sinais já crescentes para o desemprego, e com a volta da inflação, ameaçando a grande conquista dos brasileiros que foi a estabilidade econômica.
“Não é à toa que a previsão para a economia brasileira desse ano mostra um retrocesso muito grande. Sim, estamos em recessão. Não é à toa que a nossa produção industrial sofre sucessivos regressos, já voltando ao mesmo patamar de 2007, e que a previsão para o comércio neste ano é absolutamente pessimista. Como temos dito, reiteradamente, esse conjunto de fatores já tem reflexos no aumento do desemprego, comprovando que o Brasil já vive uma recessão”, avaliou.
Segundo o deputado, as últimas pesquisas revelam que os brasileiros estão pessimistas com a economia, já reduziram o seu ritmo de compras, e acreditam que a situação irá piorar nos próximos meses.
“E essa sensação não vem do “terrorismo” feito pela oposição como alguns acusam ou de uma campanha da grande imprensa. Vem da sensação que a população sente, no dia a dia, quando vai ao supermercado, quando vai ao sacolão, quando vai abastecer o carro nos postos de gasolina, quando vai pagar a conta de luz. Vem do sentimento de traição que tomou conta de todos nós, quando vimos a presidente, durante a campanha eleitoral, dizer que não iria adotar medidas e no dia seguinte colocar essas medidas em prática”.
Educação
Rodrigo de Castro apontou ainda que nem mesmo a educação, área considerada prioritária por Dilma Rousseff quando disse que o Brasil seria uma pátria educadora, consegue escapar da má gestão do governo do PT.
“Mais uma falácia, mais uma mentira. Temos, na realidade, corte no orçamento do Ministério da Educação, mudanças nas regras de pagamento e financiamento do Fies e, até mesmo, pasmem atraso no início das aulas e no pagamento do Pronatec”, destacou.
O deputado ressaltou que é urgente uma política de valorização dos professores, implantação da escola de tempo integral, e maior apoio aos ensinos superior e técnico, além de investimentos na área de Ciência e Tecnologia, colocando o Brasil em consonância com o restante do mundo. A política industrial brasileira, segundo Rodrigo de Castro, também precisa de maior integração com o mercado externo.
“Não se fez durante o governo do PT nenhum acordo internacional importante, o que estamos vendo é a diminuição da importância do Brasil. Nossa produção industrial declina e cada vez mais tem menos importância na nossa economia”, apontou.
Rodrigo de Castro também externou forte preocupação com a situação da segurança pública no país. Ele lembrou que, durante a administração do PT, 500 mil pessoas foram assassinadas no Brasil, sendo a maioria jovens, negros e moradores de periferia, e que, mesmo diante desse número, não há ação do governo federal para o combate à violência.
Na saúde, segundo o deputado, a dívida do governo do PT com a população não é menor, com investimentos muito baixos no setor, o que tem sobrecarregado os municípios. Segundo Rodrigo de Castro, é urgente a implantação de uma carreira para os profissionais da saúde, correção da tabela do SUS e melhoria na gestão.

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