Um levantamento divulgado nos últimos dias me deixou extremamente preocupado. Segundo a Junta Comercial de Minas Gerais, a cada hora, quatro empresas mineiras fecharam as portas nos dois primeiros meses do ano.

A grave crise econômica por que passamos não é surpresa para ninguém, mas quando vemos números de magnitude como essa, temos a exata noção de como a paralisia da economia afeta a vida das pessoas, acabando com sonhos e planos.

O resultado do fechamento das empresas, é claro, que não podia ser outro a não ser o desemprego: em janeiro e fevereiro, somente em Minas, foram fechados quase 20 mil postos formais de trabalho.

As demissões alimentam uma perigosa bola de neve. Sem emprego, as famílias param de consumir, prejudicam a indústria e o comércio, e o resultado são novas demissões.

Tudo isso tem grande reflexo na arrecadação de tributos, pioram as contas públicas, deixando especialmente os prefeitos e servidores públicos em situação difícil. Várias prefeituras brasileiras ainda não pagaram sequer o 13º salário do ano passado.

As dificuldades econômicas também têm feito com que as pessoas abandonem os planos de saúde e as escolas particulares. O que representa aumento de demanda ao poder público.

Estamos neste ciclo perverso há quase dois anos e, infelizmente, não temos perspectiva de melhora num curto prazo.

Diante disso, essa Casa precisa ter extrema responsabilidade ao lidar com as propostas que chegam do governo porque sabemos que a única solução que a equipe econômica enxerga é o aumento de impostos.

E nós conseguimos imaginar o efeito que isso poderia ter: as empresas ficam ainda mais apertadas e continuam demitindo.

Não temos como concordar. Temos obrigação de trabalhar medidas que incentivem a produtividade e a contratação de pessoal e nunca medidas que, a longo prazo, trarão ainda mais recessão.

No meu entendimento, as armas para lutar contra essa retração na economia são exatamente contrárias às que o nosso governo tem usado.