O desemprego no Brasil chegou a um novo patamar que deve ter reflexos mais fortes ainda na nossa economia. Mais de 542 mil pessoas receberam neste mês de maio a última parcela do seguro desemprego e ainda não conseguiram uma nova colocação.

Desde o começo do ano, situação semelhante já foi vivida por mais de 2,8 milhões de pessoas. A maioria das pessoas usa esse recurso, limitado ao máximo de R$ 1.542, para a compra de alimentos e medicamentos, mas sem esse dinheiro na mão, fica difícil ter acesso até mesmo a produtos básicos como esses.

A situação fica mais complicada ainda quando vemos que os trabalhadores estão sem emprego há seis, sete meses e não conseguem nova colocação e, ao mesmo tempo, o número de novos desempregados não para de crescer.
Em abril, pelo 13º mês seguido, o mercado de trabalho formal encerrou 62.844 postos.

De acordo com o IBGE, nas seis principais regiões metropolitanas do país 30,9% dos desocupados, em fevereiro, estavam fora do mercado de trabalho havia mais de seis meses.

E as apostas do mercado são de que ainda por um tempo os trabalhadores vão demorar para se recolocarem no mercado.
Outro dado que deve ser analisado são as retiradas de recursos da caderneta de poupança, que sistematicamente há meses, batem recorde e têm servido para ajudar a fechar o orçamento doméstico, tanto em famílias de desempregados quanto em casos de famílias que continuam empregadas, mas que têm visto a inflação corroer seus salários.

Todas essas questões reforçam a responsabilidade do novo governo brasileiro, que precisa dar prioridade absoluta para a criação de vagas de trabalho.

Da minha parte, as medidas enviadas a esta Casa que tiverem como objetivo a recuperação da nossa credibilidade, atração de novos investimentos e a geração de empregos terão meu apoio.

Nenhum de nós pode se omitir. É nossa obrigação concentrar nossas forças para mudarmos esse quadro perverso.