Qualquer pessoa consegue, em um raciocínio simples, entender que, na área da saúde, prevenção é tudo. Afinal, além de poupar sofrimento, os gastos são sempre menores para se evitar doenças do que para curá-las. Infelizmente, essa não tem sido a lógica do governo brasileiro nos últimos anos.

No ano passado, os gastos com prevenção de epidemias caíram em mais de 9%, exatamente poucos meses antes de vivermos uma das maiores epidemias de dengue e do avanço do zika vírus.

Esses recursos são aplicados nos repasses para estados e municípios, nas campanhas preventivas e na oferta de materiais como os testes de diagnósticos.

Somente no início deste mês de abril, o Ministério da Saúde alterou os critérios para a contratação de Agentes de Combate às Endemias, permitindo que as prefeituras possam contratar mais gente. Mas isso acontece somente agora, quando entramos no período de seca e a epidemia de dengue e zika começa a registrar queda.

Posso falar ainda dos graves dados que o Brasil apresenta na questão do saneamento básico. São 35 milhões de brasileiros sem acesso a esse serviço, e todos sabemos que essa é a única maneira de combatermos definitivamente doenças como essas.

Vejo agora que o governo novamente repete a falta de planejamento e de investimentos em prevenção.
Sem acabar com os problemas causados pela dengue e pelo zika, o Brasil já enfrenta um crescimento no número de infectados pelo H1N1, inclusive com centenas de mortes.

E mais uma vez o governo demora a agir. Por enquanto apenas metade das vacinas contra gripe foram enviadas aos estados e, em muitas cidades, as doses se esgotaram rapidamente e, em outras, as filas são enormes.
Isso sem falar na falta de outras vacinas e remédios para doenças graves, como diabetes. Fato que vem se repetindo nos postos de saúde de todo Brasil.

Enquanto não houver uma inversão na lógica e no planejamento dos investimentos, não teremos uma mudança na nossa saúde. O governo não pode ficar esperando as epidemias chegarem para agir. Prevenção é o caminho.