Os cortes promovidos pelo governo federal dentro de seu ajuste fiscal já prejudicam até mesmo uma das maiores vitrines do próprio governo: O PAC.

Além de não tirar do papel a terceira etapa do programa – mais uma proposta não cumprida da campanha da presidente Dilma – as demais obras estão paradas ou andam a passos muito lentos.

Segundo dados do Tesouro Nacional, os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tiveram uma queda nominal de 33%, nos primeiros quatro anos, e o governo não teve nem coragem de apresentar o balanço quadrimestral como vinha acontecendo desde 2011.

Diante disso, não é possível calcular o tamanho completo dos cortes, já que o programa contempla recursos de estatais e até do setor privado, e não apenas investimentos diretos do Tesouro Nacional. Mas é possível perceber que grande parte dos projetos está completamente parada.

No anúncio de cortes do governo, os recursos anunciados para o PAC sofreram retração de R$ 25,7 bilhões, caindo de R$ 66,2 bilhões para R$ 40,5 bilhões.

Segundo o site Contas Abertas, 324 obras não receberam nenhum centavo do governo neste primeiro semestre do ano. Outras 527 ações têm a execução orçamentária bem abaixo dos 50% esperados para os primeiros seis meses do ano.
Entre as áreas afetadas com o orçamento zero estão manejo de resíduos sólidos, o apoio para o transporte público e incentivo para a banda larga, entre outras. Há também atrasos em obras estratégicas como ferrovias em diversos estados brasileiros.

Ao cortar investimentos do PAC, o governo contribui ainda mais para o agravamento da crise econômica. A paralisação de obras aumenta o desemprego e atrasa a entrega de uma infraestrutura que deixa o país sem competitividade.
Não podemos abrir mão dos investimentos estruturais. Esperamos que o governo entenda que os problemas sociais se agravam quando há cortes em programas como esse e que os cortes deveriam acontecer em sua própria carne.