Os números do desemprego no Brasil indicam o tamanho da responsabilidade que o novo governo precisa ter com as contas públicas, de forma a recuperar a nossa credibilidade e voltar a atrair investimentos.
Segundo o IBGE, o número de desempregados subiu em todas as regiões do país no primeiro trimestre do ano, com uma taxa média de10,9%.

No Nordeste, o índice já chega a 12,8% e a Bahia registra o percentual absurdo de 15,5% da população desempregada.
A situação em meu estado – Minas Gerais – também é complicada. A taxa está em 11,1%, pouco acima da média nacional.
Os dados do Sistema Nacional de Emprego (Sine) de Minas Gerais indicam que as vagas de emprego ofertadas caíram 42,2%. Na contramão, os atendimentos aos desempregados, em busca de uma nova colocação, subiu mais de 11%.

Esse excesso de mão de obra e escassez de vagas acaba tendo um reflexo direto nos salários, que ficam mais baixos.
Diante da demora em arrumar um novo emprego, os trabalhadores passam a aceitar salários menores, abrem mão de benefícios e, muitas vezes, são obrigados a aceitar empregos em áreas diferentes das quais tem experiência.

É claro também que, diante do excesso de oferta de mão de obra, os empregadores passam a fazer mais exigências, como qualificação.

O certo é que a situação das famílias brasileiras é bem complicada. Todas as pessoas com as quais conversamos têm alguém em casa ou muito próximo sem emprego.

E, como a inflação vem corroendo o poder de compra de quem está empregado, os orçamentos familiares passam por enorme dificuldade.

Tenho convicção de que esse quadro só irá mudar a longo prazo. Infelizmente, os números não mudarão muito ainda neste ano e devemos depositar nossas esperanças para 2017.

Mas para que, no ano que vem, tenhamos um resultado melhor, o governo de Michel Temer precisa reforçar os sinais de seu compromisso com as contas públicas.

É um ajuste duro de se fazer, com cortes profundos, mas somente dessa forma será possível retomar a geração de empregos e, quem sabe, trazer de voltas as inúmeras conquistas econômicas e sociais que nosso povo perdeu nos últimos anos.