A presidente Dilma na Cúpula das Nações Unidas apresentou, na última semana, metas ousadas para o Brasil na questão da redução dos gases de efeito estufa, mas a falta de detalhamento de como o Brasil chegará lá trouxe desconfiança para os ambientalistas e nos leva a refletir se essa será mais uma promessa em vão da presidente.

Não foi possível, por exemplo, calcular quantas toneladas de gás carbônico deixarão de ser emitidas, já que não houve explicação se a redução será com relação às emissões brutas ou líquidas.

Segundo o anúncio, até 2025 haverá redução de 37% e até 2030 esse percentual chega a 40%. Essas metas são baseadas no ano de 2005.

Para chegar a esse patamar prometido, entre as ações necessárias, estão a adoção de medidas para garantir que o Brasil tenha 45% de sua matriz energética de fontes renováveis.

Temos discutido sistematicamente na Comissão de Minas e Energia o panorama das fontes alternativas, como eólica e solar, e constatamos como ainda precisamos avançar para estimular o uso dessas energias.

No papel, a meta brasileira é bem ousada, chegando a ser superior a de muitos países em desenvolvimento. Mas esperamos ver ações concretas na direção desta meta.

Nosso país é abençoado por ter sol o ano inteiro, ventos ideais para a geração de energia em muitas regiões, além de água em abundância.

Precisamos caminhar na direção de estimular o uso dessas fontes, diminuindo cada vez mais o uso de térmicas, como fomos obrigados a fazer neste ano. Temos tudo nas mãos para sermos um país com uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo.

Nós, na Comissão, temos feito o nosso papel com muito empenho. Em nossas audiências, temos ouvido a opinião de todos os lados envolvidos na geração de energia alternativa e vamos avançar na legislação que rege essas fontes.
Esperamos que o governo também faça sua parte, com mais leilões, mais agilidade nas licenças ambientais e mais estímulo aos investimentos.

Temos todas as condições de cumprir metas ousadas na redução da emissão de gases de efeito estufa e ocupar um lugar de destaque nessa questão.