Fonte: Jornal O Tempo

Acontece, em Belo Horizonte, a Semana Internacional do Café, cuja importância está relacionada com o significado do café para as economias brasileira e mineira. O Brasil é o maior produtor mundial, e Minas Gerais, o responsável por mais da metade dessa produção.

Mas a importância da Semana está também na magnitude dos eventos programados, entre eles o 8o Espaço Café Brasil; a reunião da Organização Internacional do Café (OIC), que representa 97% da produção mundial e 80% do consumo de café; a 4a Conferência Internacional de Cafés Arábicas Naturais; e diversos campeonatos que são relevantes iniciativas no estímulo da produção e do consumo.

Para Minas, o evento tem significado especial. É a primeira vez que a reunião da OIC se realiza fora de Londres e esta é a de celebração do meio século de existência da entidade. Também pela primeira vez, o Estado sedia o Espaço Café Brasil, a melhor oportunidade de exposição e troca de experiência para produtores rurais, cooperativas, torrefadores, exportadores, varejistas e consumidores.

E tudo isso está acontecendo em Minas Gerais graças ao esforço do governador Anastasia, do secretário Elmiro Nascimento e de sua equipe, empenhados em internacionalizar a economia mineira por meio da celebração de acordos comerciais e da criação de espaços de visibilidade do Estado e de plataformas de negócio.

A semana insere-se, portanto, dentro da estratégia de governo de “trazer o mundo para Minas e levar Minas ao mundo”; e dá-se em momento crucial para economia cafeeira, devendo representar o sopro animador agora que se vislumbra uma saída para a grave crise que deixou o patamar de custos de produção.  O movimento liderado por produtores de Minas culminou, no mês passado, com a garantia de preço mínimo e de financiamento para estocagem e custeio,  oque delineia um cenário mais otimista para o setor.

Todavia, medidas estruturantes precisam ser adotadas. Apesar de historicamente ter perdido relatividade e poder político, o café continua mantendo enorme importância econômico-social, uma vez que, diferentemente de outras culturas, emprega farta mão de obra. Uma queda dos preços de mercado, como a deste ano, afeta o pequeno produtor, e isso exige medidas de proteção.

Por outro lado, não se pode desconsiderar o crescimento da produção do concorrente Sudeste asiático. O Vietnã já produz 20 milhões de sacas por ano, e o Brasil ainda não pôs os pés na China, que, com mais de 1,3 bilhão de habitantes, constitui um mercado a conquistar.

Nesta semana, em Belo Horizonte, o mundo não vai somente beber o melhor café do mundo. Vai degustá-lo e remoê-lo nos debates e nas exposições, com o intuito de torná-lo cada vez mais forte e encorpado.

Deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB-MG)