Filas nas portas dos sindicatos, grande movimentação nas agências de atendimento para o seguro desemprego e nas agências bancárias para o saque do FGTS. Infelizmente, este tem sido o cenário de muitas cidades brasileiras nos últimos meses, quando o desemprego começou a crescer no Brasil.

Em São Paulo, por exemplo, a espera pela homologação da demissão e do acerto já chega a três meses. E só a partir daí, os trabalhadores podem dar entrada no seguro desemprego e no FGTS.

Nas regiões de forte atuação da Petrobras, desde o ano passado, as filas na porta dos sindicatos se tornaram uma realidade.

Algumas entidades estimam em 700% o aumento na procura por acerto em função de demissões.

Seria até engraçado se não fosse cômico alguns sindicatos estarem contratando pessoal para dar conta de lidar com as demissões.

Em junho, o desemprego no Brasil atingiu 6,9%, a maior taxa desde 2010, quando o índice atingiu 7%. No ano passado, nesta mesma época, era de 4,8%. São 500 mil pessoas a mais procurando emprego.

E muita gente ainda tem conseguido sobreviver exatamente em função dos acertos firmados pela demissão, do dinheiro do FGTS, do seguro desemprego e de suas reservas. Não é à toa que os saques da poupança aumentam mês a mês.
Algumas pessoas aproveitam o momento de juros altos para outros investimentos mais rentável, mas a maioria tem retirado dinheiro da poupança para honrar seus compromissos do dia a dia.

Fico imaginando como estaremos daqui a alguns meses quando a reserva dos trabalhadores acabar e quando terminar o período de recebimento do seguro desemprego. Como os brasileiros sobreviverão?